segunda-feira, 16 de março de 2015

FATORES SOCIAIS NO MUNDO.

Manifestações de muçulmanos reúnem cerca de 800 mil pessoas na Chechênia

No Níger, duas igrejas brasileiras foram queimadas. No Afeganistão também houve atos contra charges de Maomé

O DIA
Rio - Cerca de 800 mil muçulmanos na Chechênia, leste europeu, protestaram nesta segunda-feira contra as caricaturas do jornal satírico francês ‘Charlie Hebdo’, cuja redação em Paris foi alvo de massacre por terroristas, com 12 pessoas mortas, há duas semanas. O número de pessoas no ato pacífico corresponde a 60% da população local. Já no Níger, África, cerca de 45 igrejas foram incendiadas desde sábado, também em atos contra a publicação de novos desenhos sobre o profeta Maomé pelo jornal.
Em Niamey, capital do Níger, duas igrejas presbiterianas brasileiras estavam entre as queimadas. Os protestos deixaram cinco mortos, 128 feridos, 189 detidos e um cenário de destruição. Na Chechênia, que faz parte da Federação Russa, a multidão se concentrou perto da mesquita da capital da região, Grozny, com cartazes e fazendo orações. A manifestação foi televisionada pela televisão estatal russa, o que marcou o respaldo do Kremlin e do presidente Vladimir Putin.







Multidão se concentrou perto da mesquita de, Grozny, Chechênia, com cartazes e fazendo orações
Foto:  Reuters

Uma manifestação do tipo foi anteriormente proibida em Moscou e causou atrito entre governo e muçulmanos. Líder checheno, Ramzan Kadyrov prometeu que atitudes “provocativas” não passarão impunes. “Se for necessário, estamos dispostos a morrer para deter qualquer um que pense que pode profanar irresponsavelmente o nome do profeta”, disse. Também ontem, cerca de 500 pessoas marcharam em Jalalabad, Afeganistão, e queimaram bandeiras da França. 
O massacre na redação do ‘Charlie’, cometido por dois irmãos franco-argelinos ligados à rede terrorista Al Qaeda, gerou comoção mundial. Mas a publicação de novas charges ligadas a Maomé, uma semana após as mortes, causou revolta entre muçulmanos.
União Europeia vai lançar programa antiterrorismo 
A União Europeia, junto com as nações árabes e a Turquia, vai lançar programa antiterrorismo nas próximas semanas. A ideia é intensificar a cooperação após os ataques de Paris, segundo anunciou ontem a chefe de política externa do bloco, Federica Mogherini. “Atuaremos em conjunto com a Turquia, o Egito, Iêmen, Argélia e os países do Golfo Pérsico”, esclareceu ela. 
A União Europeia também enviará mais militares para proteger suas delegações em países do muçulmanos, afirmou Mogherini após encontros como o líder da Liga Árabe, Nabil al-Arabi e ministros europeus. 
Federica Mogherini. disse ainda que há necessidade de compartilhar informações de inteligência com outros com outros países no mundo.

Texto: Gabriel Antonio









As conquistas do povo negro e a valorização de sua identidade


Como toda data específica para comemoração e análise de uma temática social, o Dia da Consciência Negra tem a sua relevância para revelar ao sistema toda a luta do povo negro para garantir seu espaço na sociedade. O dia faz menção à morte de Zumbi dos Palmares, que morreu em luta pela liberdade do povo negro. O espaço para este povo já foi negado há muito tempo, sendo que a abolição da escravatura não foi suficiente para esta conquista libertária. Todos os avanços relacionados com a posição do povo negro, dentro ou não de forças políticas, foram resultados de seu próprio trabalho e mobilizações.
Porém, muitas dessas conquistas incomodam o senso comum, sendo que muitas pessoas desvalorizam as lutas dos(as) negros(as), argumentando que estes(as) já conseguiram o suficiente, e que portanto não há do que reclamar. Ou então, consideram os(as) negros(as) como pessoas ingênuas e facilmente manipuladas por organizações políticas. O racismo ainda está presente e contextualiza os espaços das universidades, da mídia, dos livros literários… Mas, pelo que parece, há situações em que os(as) negros(as) não têm o apoio em suas lutas nem mesmo de movimentos sociais. Pelo contrário, nota-se, já há algum tempo, a presença de “militantes” que estão do lado do(a) agente opressor(a), algo bastante contraditório. E isto faz com que o Movimento Social Negro tenha que agir com mais empenho, para enfrentar este inimigo mascarado.

Dia da Consciência 
Todo este incômodo provocado pela ascensão do povo negro faz parecer que suas atitudes estão sendo vigiadas, com o objetivo de encontrar um vacilo, pequeno que seja, para argumentar que sua conquista foi pautada em ações que ofuscam a luta dos(as) próprios(as) negros(as). Um exemplo recente é o caso do ministro Joaquim Barbosa, que, devido ao fato de se destacar no caso mensalão, está sendo alvo de críticas de alguns militantes. Estes as justificam afirmando que Barbosa pretende, devido à sua ênfase no famoso caso, se candidatar por algum partido oportunista, fato que ele mesmo negou.
Neste escrito, serão pontuadas quatro áreas nas quais os(as) negros(as) estão conquistando e fazendo valer sua identidade, mas que devem ser analisadas, para que o caminho não seja vencido pelo conformismo.
Mercado de trabalho
O ambiente de trabalho um lugar comum onde se concentram atitudes que remetem ao racismo. Devido às hierarquias dentro destes espaços, é comum pessoas negras ocupando funções de subordinados, mesmo tendo capacidade e escolaridade para assumir um cargo de liderança. É nisto que se insere a desigualdade por oportunidade.  A inserção no mercado de trabalho para os(as) negros(as) enfrenta a dificuldade dentro de processos seletivos onde um dos requisitos para a aprovação do futuro funcionário de uma organização é a cor da pele.
Dentro desta problemática, existe o caso das mulheres negras, que são vítimas da dupla opressão, como exposto em  Lideranças Negras: diferenças entre gêneros. O espaço para elas é concorrido não somente por brancos(as), mas também pelos homens negros.
Considerada como inferior, a população negra carrega a discriminação, pois a questão racial  determina a participação no mercado de trabalho, e a diferenciação entre os(as) colaboradores(as) de uma empresa.
A ascensão do povo negro nesta área está acontecendo, mesmo que de forma lenta. Encontram-se representantes da origem negra destacando-se dentro de organizações, mas para chegar nesta conquista muita determinação e trabalho foram necessários. O preparo para a entrada e permanência no mercado de trabalho é, para a população negra, uma grande batalha.







Manifestações ganham destaque na imprensa internacional


Jornais de todo o mundo destacam presença em massa da classe média nos protestos e a falta de um coro único, além do "Fora Dilma" e das manifestações de amor ao País

As manifestações contra o governo Dilma Rousseff, que levaram neste domingo (15) mais de um milhão de pessoas às ruas em todo o Brasil, tiveram repercussão na mídia internacional. Vários jornais europeus e também da Améria Latina deram destaque ao evento em suas páginas, trazendo informações, imagens e análises. 
O argentino La Nación foi um dentre os vários jornais internacionais que destacaram as manifestações deste domingo (15). Foto: Reprodução
El País destacou os protestos no Brasil em sua edição digital deste domingo (15). Na matéria, o jornal espanhol chamava a manifestação de a maior da democracia. Foto: Reprodução
Já o frânces Le Figaró lembra as manifestações de junho de 2013 e diz que os protestos reclamam a destituição da presidente frente aos escândalos de corrupção. Foto: Reprodução
Em uma matéria cujo título era
O vizinho Clarín, da Argetina, também deu destaque às manifestações na versão digital do seu jornal. O periódico resumiu a questão em um título:
O argentino La Nación foi um dentre os vários jornais internacionais que destacaram as manifestações deste domingo (15). Foto: Reprodução
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O jornal britânico The Guardian chamou os protestos de “demonstrações de direita” pela frustração com a “economia moribunda” e o escândalo de corrupção na Petrobras. Com o título “Brasil: centenas de milhares de manifestantes pedem o impeachment de Rousseff”, a publicação trouxe uma descrição dos eventos em algumas cidades brasileiras e disse que, diferentemente das manifestações ocorridas na Copa das Confederações em 2013, as registradas hoje foram promovidas por “uma classe média predominantemente branca” que tomou as ruas para pedir o impeachment da presidenta.
Já o jornal Financial Times, com o título “Milhares pedem o impeachment de Rousseff”, destacou que as manifestações aconteceram no início do segundo mandato de Dilma e se somarão “a um clima de instabilidade política que tem empurrado a moeda brasileira para baixo e tornado ainda mais difícil a introdução das medidas de austeridade necessárias para corrigir a deteriorada situação fiscal do Brasil”.
As manifestações do Brasil foram manchete no site da empresa britânica de notícias BBCneste domingo. O título “Grandes protestos contra a presidente do Brasil” é ilustrado por uma foto de uma brasileira vestida de verde e amarelo, enrolada na bandeira do Brasil, com o braço direito estendido em sinal de protesto. A notícia dá ênfase ao escândalo de corrupção da Petrobras como o fator gerador dos protestos.
O jornal alemão Der Spiegel trouxe o título "Brasil: centenas de milhares vão às ruas para protestar contra o governo", ilustrado por uma foto da manifestação ocorrida em Manaus. No texto, o jornal descreve os eventos nas principais cidades brasileiras e atribui as manifestações à crise econômica e ao escândalo de corrupção da Petrobras. 
O espanhol El País disse que as manifestações que tomaram o Brasil eram as maiores da democracia. O periódico também destacou a presença da classe média nos protestos. Para o jornal, mais do que o impeachment, a força do evento chama atenção para a crescente rejeição de Dilma Rousseff, presidente reeleita há apenas cinco meses.
O vizinho Clarín, da Argetina, também deu destaque às manifestações na versão digital do seu jornal. O periódico resumiu a questão em um título: "um crise se avizinha". A matéria também fala do escândalo da Petrobras como um dos motivadores dos protestos, que foram, em sua maioria, convocados pela internet e pelas redes socias. O Clarín também lembra que no dia 15 de março a democracia brasileira comemora 30 anos.
Já o frânces Le Figaró lembra as manifestações de junho de 2013 e diz que os protestos reclamam a destituição da presidente frente aos escândalos de corrupção recente envolvendo seu partido e aliados. O jornal também cita os pedidos de intervenção militar feito por alguns participantes da manifestação que levou milhares de pessoas para a Avenida Paulista, em São Paulo. 
O jornal português Público também cedeu espaço às manifestações brasileiras na sua edição digital. Em uma matéria cujo título era "Pátria amada, Brasil", o periódico disse que o único bordão que conseguiu semelhante coro ao do hino nacional foi o "Fora Dilma". O jornal ainda ressalta que os partidos de oposição PMDB e DEM aprovaram a manifestação, mas não estiveram formalmente presentes.
*Com informações da Agência Brasil.
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    Se Dilma sofrer impeachment, Brasil terá novas eleições? Tire suas dúvidas ?

    Se Dilma sofrer impeachment, o País não terá novas eleições? 

    Existe chance de segundo colocado nas eleições do ano passado 

    assumir o Presidência? Tire suas dúvidas

    Neste domingo (15), grupos contrários ao governo federal reuniram milhares de pessoas em todo o País naquele que foi o maior protesto anti-Dilma e a favor do impeachment da presidente. Mas, de fato, o que um protesto como esse pode influenciar em um processo de impedimento? O iG conversou com juristas sobre essa e outras questões importantes para entender as implicações do momento político atual. Confira:
    1. Basta o clamor da população, como aconteceu no domingo (15), para que o processo de impeachment da presidente Dilma seja iniciado?Não. O descontentamento da população não é suficiente para retirar do poder um presidente eleito democraticamente. “Ainda que a população não esteja de acordo com a condução da política do País, isso não justifica o impedimento, a destituição do cargo”, afirma o professor Murilo Gaspardo, especialista em Ciência Política e Direito Constitucional da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
    2. Mas o protesto pode servir de "motivação" para o Congresso?Sim. "Não há a mínima possibilidade de que o descontentamento por si só gere o impeachment, mas é evidente que o povo nas ruas vai fazer uma pressão muito grande em cima do Congresso", diz Gilson Novaes, professor do curso de Direito da Universidade Mackenzie.
    3. O que é preciso para que haja o processo de impeachment?Para que haja o pedido de impeachment, é preciso que existam provas de que o presidente tenha cometido algum crime de responsabilidade, como atos de improbidade administrativa, ou algum crime comum, como tráfico de drogas ou similares. No primeiro caso, o julgamento é pelo Senado Federal. No segundo, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Aqueles que pedem o impeachment de Dilma a acusam de crime de improbidade administrativa, o que levaria a presidente a ser julgada pelo Congresso Nacional. 
    4. Como se dá a abertura do processo de impeachment?Para abrir o pedido de impedimento, é preciso que ao menos dois terços dos 513 deputados federais recebam uma denúncia contra a presidente. Caso isso aconteça, a denúncia segue para o Senado, que é quem conduz o julgamento. No período de julgamento no Senado, a presidente ficaria afastada de suas funções. Quem assumiria o cargo seria o vice-presidente, Michel Temer (PMDB). 
    5. Como é o julgamento no Senado?Em um primeiro momento, colhe-se depoimentos de testemunhas, eventuais novas provas etc. No momento da votação, o Senado julga culpado ou inocente. Para que a presidente seja considerada culpada e impedida de prosseguir no cargo, é preciso que dois terços dos 81 senadores votem pelo impeachment. 
    6. Se Dilma sofrer o impeachment, teremos novas eleições?Não. De acordo com a Constituição, se Dilma for impedida, o vice-presidente Michel Temer assumiria o posto e o ocuparia até o fim do mandato. Só aconteceriam novas eleições, ambos fossem impedidos. Nesse caso, são dois os cenários possíveis, a depender do momento em que haja o impeachment. Se o processo de impedimento acontece na primeira metade do mandato, o presidente da Câmara, no caso o deputado Eduardo Cunha (PMDB), assume interinamente e uma nova eleição é marcada em até 90 dias. Caso a cassação ocorra na metade final do mandato, o presidente da Câmara assume e é realizado uma eleição indireta para a escolha do sucessor. Na eleição indireta, votam apenas senadores e deputados federais.
    7. Caso haja o impeachment da presidente e do vice, existe alguma possibilidade de o segundo colocado nas eleições assumir o posto?Não. Na possibilidade de uma nova eleição, todos os partidos/coligações indicam seus candidatos, que podem ou não ser os mesmos do pleito anterior. 
    8) Que tipos de provas são necessárias para a abertura do impeachment?De acordo com a Constituição, são crimes de responsabilidade os atos do presidente que atentem contra a existência da União, o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, o cumprimento das leis e a probidade administrativa. A Constituição também diz, no entanto, que o presidente, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. “Isso significa, portanto, que a presidente Dilma não pode ser julgada por acontecimentos da época em que ela foi presidente do conselho da Petrobras, porque ela não estava na Presidência”, afirma o desembargador Walter Fanganiello Maierovitch.
    9. Isso significa que não há possibilidade de Dilma ser declarada culpada pelo Congresso?
    Não dá para afirmar isso taxativamente, porque é preciso ter em mente a peculiaridade desse tipo de julgamento, feito pelo Congresso. "No final das contas, o julgamento é político. O peso da prova em um processo judicial é um, em um processo político, é outro", diz Alberto Rollo, presidente do Instituto de Direito Político Eleitoral e Administrativo.



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